Esta semana, através de um amigo fui verificar uma proposta para um possível evento em um dos grandes veículos culturais aqui de minha terrinha. Entre "papo vai e papo vem" com a coordenadora de eventos de lá, a palavra cultura acabou roubando toda a nossa tarde de "negociações", me deixando incomodado. Na temática de burocratizações, Ecads e OABs na busca de uma apresentação de proposta cultural neste espaço mais uma vez me deparei com o enorme abismo, que consegue deixar tão longe conceitos e processos de novos desenvolvimentos culturais nos dias atuais. Questionei como manifestações como cururu, umbigada e outras de grau tão antológico podem ser desburocratizadas para representações , enquanto as mais novas, como atividades desenvolvidas pelo nosso Núcleo musical que trabalha a questão das musicas autorais não podem ser expostas, ou melhor desburocratizadas; afinal mesmo nossos compositores não tendo registro em órgãos que "controlam" tais apresentações, suas canções hoje fazem parte de um cotidiano cultural da cidade. Ressalto que não tenho nada contra ECAD ou as regulamentações em prol da propriedade cultural, afinal nada mais digno e justo, mas o que me incomoda é que quando "radicalizadas", perdemos um pouco do que mais buscamos em tempos de tanta superficialidade facebookiana; a tão buscada espontaneidade, que por tempos reinou facilmente envolta as manifestações populares dos tempos idos e hoje não consegue se manifestar. Me veio a mente uma expressão muito utilizada aqui em nossa região, que define coisas no entreposto da gíria "assim, assado", onde algo simplismente se limita ao fato de ser ou não ser, coisificando-se. Me dá impressão que depois do valioso trabalho de nossos saudosos curueiros, umbiguistas e demais manifestadores deste tempos idos, tudo que posterizou a este período ainda também não consegue ser visto dentro de sua grandiosidade, pelo menos em meu ponto de vista, dependendo de normatizações para agregar valores, igual um frango assado de padaria, que tem função apenas de saciar uma fome cultural momentânea, obrigado a ser igual para sobreviver.
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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!