domingo, 28 de junho de 2009

Quando "o samba imita a vida"...

Uma das maiores fatalidades de nossa sociedade atual reflete no desenvolvimento e se sustenta na desigualdade social que perpetua jovens desde de pequenos. Como saldo a sociedade fica enjaulada em seus muros enormes e sistemas de segurança, sem defesa na estrutura que ela mesma criou. por Crâ



O meu guri - Chico Buarque
Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento Dele rebentar
Já foi nascendo Com cara de fome
E eu não tinha nem nome Prá lhe dar
Como fui levando Não sei lhe explicar
Fui assim levando Ele a me levar
E na sua meninice Ele um dia me disse
Que chegava lá Olha aí!
Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí! É o meu guri e ele chega!

Chega suado E veloz do batente
Traz sempre um presente Prá me encabular
Tanta corrente de ouro Seu moço!
Que haja pescoço Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa Já com tudo dentro
Chave, caderneta Terço e patuá
Um lenço e uma penca De documentos
Prá finalmente Eu me identificar
Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí! É o meu guri

E ele chega!
Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no altoEssa onda de assaltos Tá um horror
Eu consolo ele Ele me consola
Boto ele no colo Prá ele me ninar
De repente acordo Olho pro lado E o danado já foi trabalhar
Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí! É o meu guri e ele chega!

Chega estampado Manchete, retrato Com venda nos olhos Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato Acho que tá rindo
Acho que tá lindo De papo pro ar
Desde o começo eu não disse Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí
Olha aí! E o meu guri!...
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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!