quarta-feira, 17 de junho de 2009

O afropopbrasileiro de Margareth Menezes


"É difícil fazer Axé na Bahia" por Margareth Menezes

Torna-se uma tarefa fácil falar do potencial desta soteropolitana, retrato vivo de grande parte da história do carnaval bahiano. Margareth foi entre todas as famosas cantoras bahianas a musa que mais se destacou internacionalmente. Prova disto é seu currículo com mais de 14 turnês internacionais e 12 trabalhos lançados, alcançando além de destaques nos principais jornais do mundo (com capas no The New York Times, Le Monde, Washington Post, Players, Jornal do Brasil entre muitos outros) o título do jornal Los Angelis Times de a nova "Aretha Franklin Brasileira". Também teve considerado o disco "Elegipô" pela revista Rolling Stones na década de 90, como um dos cinco melhores discos do planeta na categoria World Music. Particularmente o que mais me chama a atenção na história desta mulher de personalidade, é o fato dela sempre destacar e tornar-se através de sua própria história de vida a porta voz brasileira no exterior da influência da mulher negra bahiana, destacando com muita versátilidade elementos intrísecos da cultura africana. Ao surgir no cenário musical dos anos 80 com seu timbre forte Margareth foi responsável também pela quebra de estigmas masculinizados nos blocos carnavalescos, onde imperava no início apenas a presença masculina nos carnavais.


Porém nem tudo são glórias, o sucesso que se deu no exterior não conseguiu romper as amarras impostas pelo mercado fonográfico brasileiro, que influênciado pelo popular Axé Music na época fez com que Margareth, mesmo dentro de toda singularidade que apaixonou muitos estrangeiros, chegasse a marca de sete anos sem uma gravadora. Conforme as palavras da mesma em 98 "Na época acabei me envolvendo com outros projetos, fazendo muitos shows. Não era o momento”, diz Maga, sem esconder a mágoa com a Warner, com quem chegou a negociar um segundo CD que, segundo ela, não foi aceito pela gravadora por “falta de espaço”. Convicta de que seu estilo não se encaixava em nenhum dos estilos impostos pela mídia, que só a caracterizava como pop, criou o que chamou de estilo afropopbrasileiro, em uma variada fusão de ritmos que consequentemente deram origem a um movimento organizado na bahia, com objetivos específicos e definidos, o qual todo ano conta com aliados como o Olodum, Yleaiê e Filhos de Gandhy, onde tem destaque a influência afro bahiana através da mistura do samba-reggae com um musical mais pop; onde as letras contam a história de lutas e direitos do povo negro, fato sempre destacado na carreira de Margareth Menezes. Margareth exerceu muita influência em talentos como Daniela Mercury e Ivete Sangalo. Abaixo um vídeo muito emocionado desta cantora destacando suas influências em um show em Salvador realizado para 11000 pessoas. Axé. por Fábio

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