O sonho de Ubirajara Felix do Nascimento, fundador e único presidente da história do tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos, está para ser realizado. Bira Presidente, como é conhecido, luta desde o fim da década de 1970 pelo tombamento do Cacique, responsável pelo lançamento de Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Jorge Aragão e, mais recentemente, Dudu Nobre, entre outros. Agora, o momento chegou em dose tripla. Além do tombamento municipal como bem imaterial da cidade, ganhará a permissão de uso do terreno, que é da prefeitura, por mais 50 anos e terá a sede reformada para que passe a funcionar como Centro Cultural. Um investimento municipal de aproximadamente R$ 2 milhões. No mês de novembro, haverá uma festa na quadra em Olaria, bairro vizinho de Ramos, que dá nome ao bloco, quando o prefeito Eduardo Paes assinará os três decretos. Mas os agradecimentos de Bira Presidente vão para um jovem de 18 anos que abriu as portas do Palácio da Cidade para o Cacique. É Marco Antônio Cabral, filho do governador Sérgio Cabral, que desde pequeno já frequentava a quadra pelas mãos de seu avô, o jornalista Sérgio Cabral, pai. "Sempre que chegava a eleição, os políticos vinham aqui e falavam: ?Vou fazer pelo Cacique? e nada acontecia", diz Bira, que fundou o bloco em 1961 e se orgulha de nunca ter deixado de desfilar. "Quem me deu essa dádiva foi o filho do governador. Foi ele que me levou ao Eduardo Paes, que disse que vai tombar", agradece Bira Presidente. "Ele me chama de padrinho", mesmo sem ser seu afilhado de fato.Marco Antônio Cabral, que participou ativamente da campanha eleitoral de Eduardo Paes, diz que fez "de coração". "Um dia meu padrinho e meu avô se encontraram e o Bira disse que não poderia morrer sem ver esse sonho realizado. O Eduardo foi muito receptivo", comemora Marco Antônio. Bira Presidente espera a reforma da quadra, que será coberta e modernizada, para que o Cacique de Ramos possa ser aberto para a comunidade com o objetivo de "desenvolver novos talentos e criar outros grupos como o Fundo de Quintal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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