Ficou curioso? Confesso que também fiquei, mas foi isto mesmo que Bernardo Alves, o qual infelizmente não se encontra mais entre nós, afirmou em seu livro "A pré história do Samba" lançado em 2002. Em seu trabalho de 20 anos de pesquisa, colhendo vários textos e fragmentos de viajantes e padres jesuítas do período colonial Aves constatou e defendeu a tese de que o samba é de origem indígena e Kiriri. Alves afirma através do livro e textos que o samba nasceu indígena e através do convívio com os negros foi tomando características próprias pelas mão do mesmo em funçaõ de sua capacidade de assimilação. No livro também é apontado que os primeiros sambas não eram só musicados, mas seguiam a formação do então hoje conhecido samba de Partido Alto. No livro o autor conta que os primeiros sambas Kiriris, a exemplo de muitos sambas enredo modernos, abordavam temáticas ligadas a natureza. Infelizmente Bernardo Alves faleceu no ano de 2002 e não pôde levar esta pesquisa à frente. Porém o jornalista Fábio Gomes responsável pelo Site Brasileirinho e que se tornou amigo pessoal de Alves, em 2003 através do ministério da Cultura e um empurrãozinho do então ministro Gilberto Gil conseguiu um insentivo e o projeto de Alves foi retomado. Com certeza estes estudos darão coceira na cabeça de muitos céticos que defendem que o samba é daqui ou dali não concordam? Quem quiser se aventurar mais, tem muito material sobre este livro na net, porém queria recomendar o site do meu chará Fábio, o Brasileirinho , tem muito material sobre o tema e samba por lá. Abaixo um textinho do livro para aguçar ainda mais a curiosidade. Não disse à vocês no começo da semana que o samba "são" rs.
"Trecho do livro 'A pré história do Samba' de Bernardo Alves
Ao se afirmar que o samba é de origem indígena, não se deve pensar que os nossos aborígines andaram compondo esse samba que se conhece nos dias de hoje gritando: 'Óia a iscola na vinida aí gente!'.
Nos reportamos às origens. Deles, nos veio a base, entre outras coisas os motivos musicais e o termo samba., com sentido de folguedo, e esta só veio definir gênero musical com os nossos caboclos.
O samba no sertão já era fusão de duas culturas: a Ibérica, que influenciou esse gênero musical com o sistema harmônico tonal, a sincopa e o compasso, a viola e o pandeiro, este apesar de branco-africano, nos veio com os ibéricos. A influência ameríndia deu-lhe o modelo da construção poética, o tema, o improviso, o ritmo, a gabolice, elementos melódicos peculiares à raça, o costume de beber na função e a própria palavra samba.
A vida dos nossos índios se constituía em cantar, dançar e beber, como podemos deduzir pelos pelo testemunho de vários cronistas dos dois primeiros séculos após o descobrimento. André Thevelt, em 1557, afirmava: 'Em extremo são dados à música e ouvir cantar'.
Os índios Cariris não fugiam à regra e tinham suas toadas, as quais cantavam no Sambanhó, que é a festa onde comem o cágado e bebem o vinho da quixaba.
Seus descendentes mamelucos herdaram suas toadas e chamavam seus folguedos de 'samba-de-pé-de-serra' , ou simplesmente de samba. Da união matrimonial de índios e portugueses, a miscigenação racial e conseqüentemente, o sincretismo cultural. Assimilavam e fundiram as influências musicais, poéticas e coreográficas de cada raça. 'As cantigas locais que eram realizadas, enquanto decorria a dança popular (do Samba-de-pé-de-serra) foram ganhando estruturas e dessemelhanças' (Siqueira, Batista – A origem do termo Samba – Ibrasa – SP, 1978).
Nascendo o Samba, dessa maneira, no alto sertão."
Fonte: http://blogs.myspace.com/sospoema#ixzz0tCIG87Jl
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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!