sexta-feira, 15 de abril de 2011

E na semana dedicada a força das sambistas brasileiras, uma talentosa vizinha que leva o samba muito a sério: Ilcéi Mirian


Sim meus amigos o interior de São Paulo também tem sua Lapa sambística. Há umas semanas atrás tive o imenso prazer de receber da charmosa Ilcéi Mirian seu segundo cd, intitulado "Minha Identidade" do qual digasse de passagem é totalmente viciante. Pesquisadora, sambista e acima de tudo defensora das tradições, tinha ouvido falar muito desta sambista, através de uns amigos daqui e Campinas onde todos os adjetivos dados estavam completamente corretos . Nesta semana dedicada as mulheres do universo sambístico, à exemplo de outras divas da nova geração como Tereza Cristina, Ana Costa e Martinália que ja passaram pelo Ecos, com certeza ouviremos falar muito de Ilcéi, e quem sabe até teremos o privilégio de uma visita sua aqui em nossa terrinha.

1. Samba de Roda (Anderson Vaz/ Deilton/ Robson Capela/ Tito Amorim) – Há controvérsias quanto ao samba ter nascido na Bahia, mas é sabido que o samba de roda está entre as manifestações mais antigas do gênero. Nesta faixa, Ilcéi canta com a desenvoltura de quem sabe muito bem o que significa “uma menina descalça no chão da Bahia”. O Brasil inteiro descende dela.
2. Lampião a Gás (André Pantera) – Composição muito popular nas rodas do Samba da Vela, que acontecem há mais de dez anos em São Paulo. Ao mesmo tempo em que resgata o espírito das crônicas de Adoniran Barbosa, não abre mão da batucada contemporânea que marca o trabalho dos novos sambistas da Paulicéia.
3. Clareou (Nyva)
– Composta pelo campineiro Nyva, integrante do grupo Partido Alto, este samba romântico de letra simples e direta vem acompanhado de uma delicada melodia cheia de boas referências. O amor, tema imprescindível aos discos de samba, não poderia ficar de fora. O destaque é a participação do próprio autor, Nyva, em dueto com Ilcéi.

4. Pedidos e Lágrimas (Aidée Cristina/ Núbia Maciel)
– Evocando a propos
ta de seu primeiro disco, "Samba de Batom", Ilcéi exalta as compositoras femininas e grava esta parceria das amigas Aidée e Núbia. A melodia é circular, mas tem a delicadeza de uma prece para Xangô.
5. Poeira no Raio de Sol (Adriano Dias)
– O partido-alto composto pelo violonista campineiro Adriano Dias
ganhou um inusitado arranjo de gafieira. O resultado lembra os melhores momentos de Noel Rosa – inclusive na letra, a partir de belos achados poéticos como “você é como poeira/ que dança num raio de sol”.
6. São Jorge Guerreiro (Emerson Urso/ César Procópio) – Feito por dois sambistas da nova geração, um paulista e um carioca, este samba em homenagem ao Santo Guerreiro comove pela força de seu refrão e pela letra que, sem melodia, poderia ser rezada. O poeta estava certo ao dizer que o bom samba é uma forma de oração.
7. Força da Comunidade (Fernando Bom Cabelo) – Verdadeiro libelo ao samba, esta faixa traduz perfeitamente o pensamento da nova geração de sambistas paulistanos ligados ao movimento das comunidades. É crítico (“tem gente mandando no samba/ sem samba nas veias”) e tem tudo para se tornar um hino.
8. Favela (T. Kaçula)
– O rapper Douglas, do grupo Realidade Cruel, participa da faixa e promove o diálogo entre o rap e o samba. A letra do paulistano T. Kaçula redime a favela do preconce
ito e está entre as melhores já escritas sobre o tema.
9. Samba pra Frente (Ido Luiz) – Compositor ligado às escolas de samba de Campinas, Ido Luiz mostra ser também um exímio criador de pagodes de fundo de quintal, para serem cantados por muitas vozes. Sambão empolgante, com pegada de partido.
10. Inspiração (T. Kaçula/ Robson Capela)
– Um samba melodioso que fala de um tema que nunca se esgota: a inspiração do poeta, força-matriz do samba. Muitas vezes, como diz a letra, ela nasce da desilusão.

11. Inventor do Brasil (Jorge Matheus) – Samba afirmativo feito por Jorge Matheus, outro campineiro. A letra refaz a trajetória dos negros africanos no Brasil, desde sua chegada nos navios negreiros até a libertação. Tem o refrão e o tom épico dos antigos sambas de enredo.
12. Paixão de Carnaval (Valdir de Oliveira) – O Carnaval como tema sempre rendeu bons sambas. Nesta faixa, o desfile de uma escola é o pano de fundo para uma paixão passageira. A levada romântica e cadenciada remete aos sambas que seguiam esta linha na década de 1980.
13. Tributo a Velha Guarda (Fernando Penteado)
– Uma justa homenagem aos que vieram primeiro e ajudaram a fundar o samba de São Paulo. É emocionante a participação dos membros da Embaixada do Samba Paulistano na gravação. Samba de terreiro como nos velhos tempos.

14. Mineira Guerreira (Ideval Anselmo/ Henrique Pimentel)
– Para fechar, outro tributo. Desta vez para Clara Nunes, uma das cantoras que mais influência exerceu sobre Ilcéi Mirian. A letra faz várias referências aos sambas que ela imortalizou. Participação especial de Bernadete.
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1 comentários:

  1. Valeu Ecos Do Telecoteco!!
    Agradeço a matéria sobre o meu segundo trabalho, "Minha Identidade" com Produção de T. Kaçula e aproveito a oportunidade para parabenizá-los pelo blog e por esta bela iniciativa de manter viva a chama do nosso SAMBA!!
    Grande beijo!
    Axé!!
    Ilcéi Mirian
    Campinas/SP

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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!