sexta-feira, 26 de junho de 2009

Batuque na cozinha: História e receita da feijoada brasileira



A mais típica das comidas brasileiras é motivo de controvérsias entre os especialistas do assunto. Muitos acreditam que a origem da feijoada seja uma herança dos escravos. Naquela época, a alimentação dos escravos, por sua vez, era escassa e composta basicamente por cereais como o feijão ou o milho. Assim, o feijão misturado com farinha de mandioca ou fubá grosso de milho, antes de ser servido. Os escravos não podiam ser simplesmente maltratados, pois custava caro e era a base da economia. Devia comer três vezes ao dia, ao almoçar às 8 horas da manhã, jantar à 1 hora da tarde e cear das 8 até as 9 horas da noite. Com o tempo os grandes senhores das fazendas, aproveitavam as partes nobres do porco e deixavam o resto para misturar na comida e servir aos trabalhadores. Na senzala, eles aproveitavam as orelhas, focinho, pés, rabo e língua e juntavam-nas ao feijão para que o caldo ficasse mais grosso. Estava feita a feijoada.
Mas a maioria dos especialistas rejeita essa versão e diz que o prato, na verdade, foi trazido para o Brasil pelos portugueses. Portanto, o mais provável é que as origens da feijoada são a partir de influências européias. Alguns crêem que sua origem tem a ver com receitas portuguesas, das regiões da Estremadura do Alto Douro e Trás-os-Montes, onde os feijões de vários tipos, exceto o preto, eram misturados a lingüiças, orelhas e pés de porco – conservados na própria banha do animal – e acrescidos de verduras como couve e repolho rasgados. E ainda há aqueles que afirmam que a feijoada é um prato inspirado em outro prato europeu, como o cassoulet francês, que também leva feijão no seu preparo. A Espanha tem o cozido madrileno. A Itália, a “casoeula” milanesa. Ambos são preparados com grão-de-bico. Aparentemente, tiveram a mesma evolução da feijoada, que foi incrementada com o passar do tempo, até se transformar na obra-prima da atualidade.No fim das contas, o único fato com que todos concordam é que a adição do feijão-preto ao prato é uma invenção genuinamente brasileira – carioca, especificamente. Hoje, à feijoada, constituida de feijão preto cozido sobretudo com partes do porco (orelhas, rabo, pés etc.) acrescenta-se como acompanhamento a couve refogada com alho, o arroz branco, a farofa de farinha de mandioca, molho de pimenta e laranja fatiada, além de servir porções de torresmo acompanhadas de uma boa caipirinha. A combinação perfeita! Esse incremento foi tão bem aceito que a feijoada logo virou símbolo da culinária nacional.
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Receita - Ingredientes para 10 pessoas
500 g de carne-seca bovina
500 g de costela de porco salgada ou defumada
400 g de lombo de porco defumado ou salgado
200 g de paio
500 g de lingüiça portuguesa
200 g de língua de boi defumada
50 g de pé de porco salgado (opcional)
50 g de orelha de porco salgada (opcional)
50 g de rabo de porco salgado (opcional)
1,5 kg a 2 kg de feijão-preto
300 g de cebola picada
150 g de alho picado
100 ml de azeite extravirgem
6 folhas de louro
2 laranjas com casca

Modo de preparar


1/Coloque o feijão de molho por dez horas 2/Limpe bem as carnes salgadas (costela, carne-seca e lombo, caso opte pelo salgado), tirando o excesso de gordura e de nervuras. Deixe-as de molho por 24 horas para tirar o sal, trocando a água de três a quatro vezes. Coloque gelo na água, para ajudar a conservar. 3/Ferva as carnes salgadas junto com a língua defumada, em peças inteiras, em fogo alto. De 40 minutos a uma hora depois, desligue e jogue a água fora, para eliminar o excesso de gordura. 4/Lave-as bem e cozinhe-as de novo junto com o feijão, as folhas de louro e as laranjas em metades. Para manter a cor do feijão, use no cozimento a água na qual ele ficou de molho. Se desejar, deixe o pé, a orelha e o rabo de porco na panela por, no máximo, 30 minutos (apenas para dar gosto). 5/Após uma hora, retire as laranjas e coloque a lingüiça, o paio e o lomb (caso opte pelo defumado), todos em pedaços grandes. 6/Após meia hora, teste o grau de cozimento das carnes com um garfo. Vá retirando e reservando as que estiverem no ponto. À medida que a água for secando, vá acrescentando mais água quente. 7/Durante todo o cozimento, tire com uma concha a gordura que aflora na superfície da panela. 8/Em uma frigideira, doure a cebola e o alho no azeite previamente aquecido e coloque uma concha do feijão com seu caldo. Misture bem e deixe cozinhar por um minuto. Coloque essa mistura na panela de feijão. 9/Corte as carnes que estavam reservadas em pedaços pequenos e volte-as para a panela com o feijão. Deixe cozinhar por entre 15 e 20 minutos em fogo brando. Se necessário, corrija o sal. 10/Sirva com arroz branco e couve refogada no azeite. Fonte Projeto Atitude - Música, Cultura, Etc
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3 comentários:

  1. essa conversa de que a feijoada não é uma invenção dos negros e negras escravizad@s no Brasil, não é outra coisa se não mais uma forma de expressão do racismo que é tão arraigado na cultura brasileira.
    As elites brasileiras vindas da europa, os portugueses, sempre foram muito pouco criativos e eficientes, tentando imitar ou se subordinando a cultura dos franceses, dos ingleses e por fim dos americanos. Essas elites nunca conseguiram dar uma contribuição real para o desenvolvimento do Brasil e de sua cultura, sempre se contentando em vender o país ao invés de investir em seu desenvolvimento, servindo de exportadores de matérias primas para as potências mundiais. Essas mesmas elites nunca valorizaram o que é produzido dentro do pais, sem apoio nenhum dos diferentes governos brasileiros, pelos verdadeiros trabalhadores brasileir@s, negros e negras, indigenas, e a população verdadeiramente laboriosa.
    Essa tentativa de furto da criação da feijoada por parte d@s escravizad@s, insere-se no mesmo contesto das igrejas evangélicas tentarem utilizar a capoeira sem o devido respeito a toda a ancestralidade que permeia a pratica da capoeira, com a retirada do atabaque, dos cantos que louvam os ancestrais e a religiosidade negra africana própria da capoeira.
    Enfim essa versão que diz que "a maioria dos especialistas concorda" e muito difícil de ser engolida e muita difícil de ser lida sem uma certa tristeza.

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  2. "Os escravos não podiam ser simplesmente maltratados, pois custava caro e era a base da economia."
    Gostaria de acreditar que seres hu,manos nao deveriam ser torturados, chibatados nas costas, estuprados por serem seres humanos, nao por custarem caro.

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  3. Concordo contigo amigo, infelizmente a historia é contada sempre por uma maioria que domina o poder e a informação, maquiada e muitas vezes manipulada...por isto que comentários como o seu se fazem sempre importantes, volta sempre aqui.

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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!