quinta-feira, 10 de junho de 2010

Funk carioca e Cartola tudo a ver?


Como disse uma amiga carioca "você fala muito, pois querer que um cara do interior de S. P. entenda o funk carioca é o mesmo que pedir para um carioca gostar de dançar samba-rock". Queria ter feito um post sobre este tema à algum tempo mas me faltava a devida inspiração. Me lembro em setembro do ano passado quando li que o Funk carioca se tornaria Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro; os deputados promulgavam tal lei sobre a alegação que assim como o samba (pegando como objeto de justificativa as obras do mestre Cartola) o Funk também representava a identidade do carioca.

Confesso que quando li esta justificativa fiquei incomodado; mas depois de refletir e pesquisar um pouco, concluí que de certa forma, tem um "sentido" todo este negócio. Se pegarmos a "evolução" do Funk, claro não a olhando de trás para frente; assim como o samba (guardada as devidas proporções) a relação dele com as comunidades carentes do Rio é realmente muito contrastante. Afinal através do ritmo, seus praticantes já exaltaram a cultura e estilo "black", reinvindicaram por sua classe, expressaram e retrataram fatos de seus cotidianos. Atualmente, para não dizer infelizmente, o Funk vive seu período do "proibidão"; onde as músicas que dominam os veículos de comunicação exaltam a criminalidade e sexualidade com um grande vázio de composições, e o que é mais trágico, contrasta com a dura realidade que vive a sociedade periférica carioca, deixando uma impressão de vazio cultural. Mas nem sempre foi assim, e como disse acima, gostos a parte, o funk já viveu o que eu considero um bom período, afinal Gerson King Combo, Claudinho e Buchecha, Mc Marcinho e os bons tempos do Furacão 2000 já passaram seu caminho, mas caso ainda duvidem recomendo o vídeo abaixo representado pelas bençãos de Elza Soares, com letras que clamavam e expressavam coisas muito mais positivas que nossas "Tô ficando toladinha". por Fábio


RAP DA FELICIDADE
DJ Marlboro
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a conciencia que o pobre tem seu lugar!
Minha cara autoridade
Eu já não sei o que fazer
Com tanta violência
Eu sinto medo de viver
Pois moro na favela
E sou muito desrespeitado
A tristeza e a alegria que caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido a tiro de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, ahn
E poder me orgulhar
E ter a conciência que o pobre tem seu lugar!
Diversão hoje em dia, não podemos nem pensar
Pois até lá nos bailes eles vêm nos humilhar
Fica lá na praça que era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local
Pessoas inocentes, que não tem nada a ver
Estão perdendo o uso e o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se distaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, eh
E poder me orgulhar
E ter a conciêcina que o pobre tem seu lugar!

SOM DE PRETO
Dj Marlboro

É som de preto
de favelado
mas quando toca niguém fica parado (tá ligado!)
O nosso som não tem idade, não tem raça, e não tem cor
mas a sociedade pra gente não dá valor
só querem nos criticar pensam que somos animais
se existia o lado ruim hoje não existe mais
porque o funkero de hoje em dia caiu na real
essa história de porrada, isso é coisa banal!
agora, pare! e pense! se liga na responsa
se ontem foi a tempestade hoje vira abornança
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A música pulsa como um Eco, estes sons meus amigos são os nossos teleco tecos que vibrantes pulsam igual nossos corações, valeu o comentário!!